O
conceito desenvolvido pelo professor Malcolm Knowles, ainda na década de 70, define
que Andragogia é um processo de instrução voltado para adultos, que de acordo
com essa ideia, aprendem com mais facilidade em ambientes informais, flexíveis
e sem ameaça. O termo se diferencia conceitualmente da Pedagogia, expressão
mais conhecida e voltada ao aprendizado infantil. A maneira de lidar com esses
diferentes tipos de alunos impacta significativamente na metodologia de ensino.
Dessa
forma, não temos somente aquela figura do professor que traz um novo
conhecimento, como na educação das crianças, mas o que divide saberes com um
discente que compartilha de uma notável bagagem de informação, experiência de
vida e formações. O adulto é muito mais agente desse aprendizado do que pode
imaginar.
A Andragogia se baseia em 6 princípios básicos:
➤ Necessidade de saber
Adultos precisam saber por que vão aprender algo, qual será o ganho nesse processo, qual a necessidade do curso em questão. As escolhas de aprendizagem são direcionadas por necessidades que o próprio adulto encontra para consumir esse conteúdo. Precisa fazer sentido, contribuir para o desenvolvimento. Ele conhece a necessidade de aprender aquilo.
➤ Auto conceito do aprender/autoconhecimento
Diferente da criança, o adulto é responsável pela sua vida e decisões, e reconhece o fato da necessidade de ser aluno em certo momento. O professor tem que ter essa ciência e atribuir responsabilidade ao aluno, que é responsável pelo seu conhecimento, coautor do seu próprio processo. Ele vai buscar uma solução, um método, um recurso que possibilite um novo conhecimento, independente da área.
➤ Experiências
A amplitude das experiências pessoais impulsiona a aprendizagem. Através de relatos diferenciados (pessoais e profissionais), compartilhados com seus pares, o aprendiz busca apresentar seu próprio nível de conhecimento, que segundo Rocha (2012, p. 3), é uma “universidade ambulante”, enriquecendo o estudo em construção.
➤ Prontidão para aprender
Novos conhecimentos, habilidades e atitudes estão associados ao cotidiano. O adulto fica disposto/motivado quando a ocasião se relaciona às situações habituais, ler um manual, assistir a um tutorial, por exemplo, porque existe uma real necessidade, um propósito naquilo.
➤ Orientação para aprendizagem
Para o adulto um conteúdo só faz sentido se é útil. Ele tem que compreender o porquê da utilidade do conceito e encontrar valor nesse processo, que deve ser prático e focado nos problemas diários. Fórmulas, regras, teorias... toda aprendizagem deve ser contextualizada.
➤ Motivação
O
ensino tende a ser diferenciado por ter motivação intrínseca, já que o adulto
não é obrigado a estudar. Responde melhor a fatores motivacionais internos (autoestima,
qualidade de vida) do que externos (promoção, salários mais altos).
As
premissas andragógicas devem ser consideradas e mostram que a chave não é
somente como ensinar adultos e sim como eles aprendem. O caminho se dá através
de objetivos e propósitos que tracem ações eficazes e significativas, focadas da
qualidade de vida ao desenvolvimento profissional, atendendo sempre aos fatores
intrínsecos dos aprendizes em questão.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Beck,
C. (2015). Malcolm Knowles: o pai da andragogia – Andragogia Brasil. Andragogiabrasil.com.br. Acesso em 27 de Janeiro de 2022, disponível
em https://andragogiabrasil.com.br/malcolm-knowles/.
Rocha,
E. (2012). Os dez pressupostos andragógicos da aprendizagem do
adulto: um olhar diferenciado na educação do adulto. Abed.org.br. Acesso em 27 de Janeiro de 2022, disponível
em http://www.abed.org.br/arquivos/os_10_pressupostos_andragogicos_ENILTON.pdf.
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